É natural pensar que o corpo tem seu trajeto
inexorável: nascer, crescer, gerar novas vidas, envelhecer e morrer. Mas quando
pensamos na psique, nos parece “místico” demais, ou até mesmo irreal, pensar
que ela também tem um longo trajeto a ser percorrido e um objetivo "a cumprir". É o que Jung chamou de processo de individuação.
Assim como do corpo espera-se o amadurecimento e a perpetuação (reprodução), do desenvolvimento da psique esperamos o nascimento do homem realizado. Psicológica e junguianamente falando, temos um árduo caminho a trilhar em direção ao "tornar-se realmente quem somos", um ser ‘não dividido’, uma pessoa integrada e mais consciente de suas inúmeras e distintas potencialidades, que podem e devem coexistir mesmo quando o externo valoriza apenas algumas das infinitas capacidades humanas, desencorajando e deslegitimando tantas outras. Como afirma Nise da Silveira: “Todo ser tende a realizar o que existe nele em germe, a crescer, a completar-se. Assim é para a semente do vegetal e para o embrião do animal. Assim é para o homem, quanto ao corpo e quanto à psique”.
Assim como do corpo espera-se o amadurecimento e a perpetuação (reprodução), do desenvolvimento da psique esperamos o nascimento do homem realizado. Psicológica e junguianamente falando, temos um árduo caminho a trilhar em direção ao "tornar-se realmente quem somos", um ser ‘não dividido’, uma pessoa integrada e mais consciente de suas inúmeras e distintas potencialidades, que podem e devem coexistir mesmo quando o externo valoriza apenas algumas das infinitas capacidades humanas, desencorajando e deslegitimando tantas outras. Como afirma Nise da Silveira: “Todo ser tende a realizar o que existe nele em germe, a crescer, a completar-se. Assim é para a semente do vegetal e para o embrião do animal. Assim é para o homem, quanto ao corpo e quanto à psique”.
De acordo com o pensamento junguiano, há em nós um
impulso inato à plenitude. Na medida em que assumimos a tarefa de nos
tornarmo inteiros, auxílios de fontes inesperadas surgem para reafirmar a autenticidade do nosso intento. Segundo M. Esther Harding, essa tendência a buscar a plenitude ou
totalidade se assemelha a um instinto e, assim como os instintos, é capaz de mostrar
os caminhos que devem ser seguidos para a preservação e concretização do desenvolvimento
interior. Dentro desta mesma perspetiva, sabiamente Goethe escreveu:
“No momento em que nos comprometemos, a providência divina também se põe em movimento. Todo um fluir de acontecimentos surge ao nosso favor. Como resultados da atitude, seguem todas as formas imprevistas de coincidências, encontros e ajudas, que nenhum ser humano jamais poderia ter sonhado encontrar. Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode começar. A coragem contém em si mesma, o poder, o gênio e a magia”.
Assim, apesar de sermos dotados de uma capacidade
inata para a auto-realização, precisamos não só de confiar nessa
propensão natural, necessitamos de COMPROMETIMENTO e ATITUDE, pois é justamente da ação que
advém “todas as formas imprevistas de coincidências, encontros e ajudas”.
Em nossa caminhada, são raras as vezes em que o que realmente falta para nos sentirmos realizados é sorte, “peixadas” ou oportunidades facilitadas. Carecemos, na maioria das vezes, de foco e direcionamento. Se não subestimarmos nossa força para a auto-realização e se nos posicionarmos em direção ao que acreditamos (sonhos, projetos, objetivos), inevitavelmente o universo passará a conspirar a favor. Como defendeu Goethe, a sorte, as coincidências e ajudas são, em realidade, respostas à coragem e à atitude!
Em nossa caminhada, são raras as vezes em que o que realmente falta para nos sentirmos realizados é sorte, “peixadas” ou oportunidades facilitadas. Carecemos, na maioria das vezes, de foco e direcionamento. Se não subestimarmos nossa força para a auto-realização e se nos posicionarmos em direção ao que acreditamos (sonhos, projetos, objetivos), inevitavelmente o universo passará a conspirar a favor. Como defendeu Goethe, a sorte, as coincidências e ajudas são, em realidade, respostas à coragem e à atitude!
Karen Horney (psicanalista alemã), também defensora
da idéia de que somos portadores do desejo de crescer com curiosidade, vontade
e gosto pela vida, acrescenta que, assim como a lagarta inevitavelmente se
transformará em borboleta, na medida em que os obstáculos em nossas vidas forem
sendo removidos, fatalmente nos desenvolveremos e nos transformaremos em um ser maduro e
realizado. Uma de nossas atitudes fundamentais é, portanto, identificar e
remover os obstáculos que bloqueiam nosso caminho, pois “o resto se segue
automaticamente, alimentado pelas forças inatas de auto-realização” (Irvin D.
Yalom). É o casamento entre duas polaridades, ação e entrega, que quando harmonizadas resultam em fruição da energia vital em prol de uma existência mais expandida., mais significativa
É em sintonia com essas forças de ação e entrega
que inicio este blog, cujo maior objetivo é semear
os conhecimentos sobre a psicologia junguiana que, como tenho
presenciado em minha prática clínica e em minha jornada pessoal, podem de fato favorecer o crescimento e nos
alinhar ao fluxo natural de transformação interior.
2 comentários:
Amigo, li seu post e achei muito interessante a citação do Goethe. Fui atrás da referência bibliográfica, para ter acesso à obra. Depois de bastante tempo de pesquisa, vasculhando sites que não mencionavam o título da publicação, encontrei isso: http://german.about.com/library/blgermyth12.htm
Está em inglês, mas vale a pena ler!
Descobriram que o autor original desta citação não foi ele.
Bem, consegui uma cópia do texto original The Scottish Himalayan Expedition, 1951 de William Hutchinson Murray!
Já que minha curiosidade fantasiada de acaso me trouxe até aqui, e meu comprometimento e coragem me fizeram buscar mais informações, vou ler!
Não é Goethe, mas me parece que esses incidentes podem me trazer ainda mais plenitude.
Abraço.
Que interessante, Eduardo! A inspiração do texto surgiu exatamente dessa citação que, graças a você, agora sei que é erroneamente atribuída a Goethe. Ela me tocou profundamente e lembro de ter tentado localizar a fonte, mas não fui tão perseverante. Grata pela sua contribuição! Fiquei extremante envolvida com a força daquelas palavras e agora sabendo que nasceram no contexto de uma expedição ao Himalaia elas ganharam uma força ainda maior. Não conheço o livro, mas sei que as desafiadoras aventuras pela natureza (interna/psíquica ou externa) tem muita a nos ensinar sobre atitude, comprometimento, coragem...e superação. Depois, se quiser, compartilhe um pouco mais sobre seu aprendizado com Murray.
Abraço
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